Famílias correm para comprar certificados antes da queda nos juros

Os novos certificados de aforro, disponíveis desde o início do mês, já não oferecem o juro

máximo que vigorava até agora. Antecipando esta descida – motivada pela queda da Euribor a três meses – muitas famílias apressaram-se a investir nestes produtos de poupança do Estado. O movimento foi tão intenso que a app dos CTT registou o melhor mês de sempre, segundo dados avançados ao Negócios.

Março foi um mês recorde para a aplicação dos CTT, usada para subscrever certificados de aforro. Apesar da recente queda na rentabilidade, estes produtos continuam a oferecer juros mais elevados do que a maioria dos depósitos à ordem disponíveis no mercado.

As poupanças das famílias portuguesas aplicadas em certificados de aforro já ultrapassaram os 35 mil milhões de euros — o valor mais alto registado desde o início da série estatística do Banco de Portugal, criada em 1998.

O montante mais expressivo desde julho de 2023 foi atingido no arranque deste ano. Só em janeiro, foram investidos mais de 380 milhões de euros, e em fevereiro, o valor subiu para 630 milhões. Já são cinco meses consecutivos de saldos positivos.

Mesmo com a rentabilidade em queda — atualmente abaixo dos 2,5% —, os certificados continuam a atrair os aforradores. Os dados mais recentes, avançados ao Jornal de Negócios, revelam que, só em março, foram subscritos mais de 16 milhões de euros através da aplicação dos CTT. Isso representa uma média diária de 779 mil euros, quase 25% acima do registado no mês anterior.

Qual é a previsão para o futuro?A operadora acredita que as famílias continuarão a apostar nos certificados de aforro, sobretudo devido à fraca rentabilidade dos depósitos bancários.

Apesar da queda da Euribor a três meses, especialistas mantêm a previsão de que estes produtos de poupança continuarão a ser atrativos, já que, mesmo com a descida dos juros, ainda oferecem melhores retornos do que os depósitos a prazo tradicionais.